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INTOLERÂNCIA À LACTOSE: INCOMUM É VOCÊ NÃO SENTIR DESCONFORTOS QUE ELA CAUSA

  • vladsa15
  • 11 de abr. de 2015
  • 3 min de leitura

O organismo humano é programado para perder progressivamente habilidade de digerir açúcar presente no leite e derivados a partir de dois anos de idade

Mal estar após a refeição, desconforto após a ingestão de shakes proteicos: você pode ser intolerante à lactose e não saber.

Em seres humanos, até os dois anos de idade ocorre a produção da enzima lactase, em quantidade suficiente para digerir a lactose (açúcar encontrado no leite e seus derivados) ingerida. A partir desta faixa etária, observa-se um progressivo declínio da atividade desta enzima, mais pronunciada durante a infância e a adolescência. Ela chega a atingir apenas 5% a 10% daqueles níveis apresentados no nascimento, configurando um estado de hipolactasia ou não persistência da lactase.

Esse declínio na produção da lactase ocorre na maior parte da população mundial, fazendo com que os indivíduos percam a habilidade de digerir a lactose e provocando uma serie de desconfortos, provocando a intolerância à lactose.

Apesar de ter se pensado ao contrário por muitos anos, hoje já se sabe que a característica ancestral, ou seja, o "normal", é sermos intolerantes à lactose. O nosso organismo seria geneticamente programado para, a partir dos dois anos de idade, parar a produção da enzima lactase. A persistência da enzima lactase surgiu na população humana através de uma mutação, que naquele momento se tornou benéfica para algumas populações, e assim surgiram os indivíduos tolerantes. Em alguns países nórdicos, o percentual de tolerantes chega em torno de 90%, mas não é o que acontece na maior parte do mundo.

Um estudo realizado com a população brasileira identificou que 57% dos indivíduos de origem europeia eram intolerantes, 80% de indivíduos de origem africana e 100% dos indivíduos de origem japonesa. Ou seja, no Brasil, o comum é você ser intolerante à lactose.

Até pouco tempo, o diagnóstico dessa característica era realizado através da curva glicêmica ou através do teste de hidrogênio expirado. Ambos os testes demandam um tempo laboratorial e certo desconforto, principalmente em crianças.

Hoje já se sabe que em diversas populações mundiais, com exceção de algumas na África, o polimorfismo (LCT-13910C>T ) localizado próximo ao gene que codifica a enzima lactase indica quais indivíduos são geneticamente intolerantes à lactose e quais são geneticamente tolerantes. Esse teste não é invasivo, pois a análise pode ser feita através do DNA isolado a partir da saliva. É uma maneira efetiva e rápida de identificar essa condição.

Hoje temos cada vez mais opções para quem possui intolerância à lactose. A oferta de produtos é cada vez mais ampla para as pessoas que possuem essa condição, mas muitos ainda desconhecem que apresentam essa característica. O ideal é se observar mais, principalmente após a ingestão de alimentos ricos em lactose, e perceber se existe um desconforto que muitas vezes pode passar despercebido por anos. Vivemos em um país onde o normal é sermos intolerantes à lactose.

Referências: Mattar R, Monteiro MS, Villares CA, Santos AF, Silva JMK, Carrilho FJ. Frequency of LCT -13910C>T single nucleotide polymorphism associated with adult-type hypolactasia/lactase persistence among Brazilians of different ethnic groups. Nutr J. 2009; 8:46. Bulhões AC, Goldani HAS, Oliveira FS, Matte US, Mazzuca RB, Silveira TR. Correlation between lactose absorption and the C/T-13910 and G/A-22018 mutations of the lactase-phlorizin hydrolase (LCT) gene in adult-type hypo- lactasia. Braz J Med Biol Res. 2007; 40:1441-6. Mattar R, Monteiro MS, Villares CA, Santos AF, Carrilho FJ. Single nucleotide polymorphism C/T-13910, located upstream of the lactase gene, associated with adult-type hypolactasia: validation for clinical practice. Clin Biochem. 2008;41:628-30. Poulter M, Hollox E, Harvey CB, Mulcare C, Peuhkuri K, Kajander K, et al. The causal element for the lactase persistence/non-persistence polymorphism is located in a 1 Mb region of linkage disequilibrium in Europeans. Ann Hum Genet. 2003;67:298-311

Fonte: site Eu atleta

VLADMIR SANTOS (Personal Trainer, Fisiologista do Exercício & Sports Coach) Agendamentos: personalemsorocaba@gmail.com ou (15) 99774 0947

Pós-graduações: USP (Treinamento Esportivo), UNIFESP-Escola Paulista de Medicina (Fisiologia do Exercício), Créditos do Mestrado obtidos pela Cardiologia UNIFESP, Experiência profissional University of California Santa Barbara, University of Wisconsin Whitewater, University of Northern Colorado

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