CUIDADO COM O “OVERTRAINING” (American College of Sports Medicine)

CUIDADO COM O “OVERTRAINING” (American College of Sports Medicine)

Vemos muitas pessoas realizando exercícios físicos para o efeito de condicionamento físico geral, reabilitação, ou desempenho atlético.

Os exercícios físicos podem produzir distintamente diferentes respostas (o aumento do tamanho muscular, força, velocidade, resistência, etc.).

Cada sessão de treino pode ser descrita por cinco variáveis do treinamento: escolha dos exercícios, a ordem dos exercícios, o volume de exercício (conjuntos x repetições), a carga ou a intensidade (percentual de repetição máxima), e o descanso (entre as séries/tiros).

Tais variáveis apresentam numerosas possíveis combinações, resultando em, literalmente, milhares de possíveis protocolos de sessão de treino.

Ao longo de um período de treinamento a formação das variáveis são alteradas para proporcionar ao indivíduo a variabilidade necessária para a melhoria dos resultados.

A programação dessas variáveis no plano de longo prazo é chamada de periodização, e ajuda a garantir que o corpo evolua de forma ideal.

A periodização deve ser realizada tanto para atletas quanto para iniciantes de um programa de condicionamento físico geral.

O cenário típico de overtraining ocorre quando há excesso de volume ou intensidade de treinamento. É também importante notar que o volume e a intensidade do treino são inversamente relacionados. Em outras palavras, quando o volume de treinamento é maior, a intensidade deve ser relativamente menor, e vice-versa. Infelizmente, muitas pessoas não conseguem perceber isso, e simplesmente seguem o "mais é melhor" para volume e intensidade. O resultado pode ser trágico.

Decréscimos de desempenho também podem ocorrer através de mecanismos patológicos como joint overuse. Talvez a área mais intrigante relacionada ao overtraining seja a condição do estado psicológico.

Numerosos sinais e sintomas de excesso de treino têm sido sugeridos. Deve-se notar que nem todos estes sintomas estarão presentes, e que a presença de alguns desses sintomas não significa automaticamente que um indivíduo tenha overtraining.

Alguns sinais de overtraining:

PERFORMANCE • Diminuição do desempenho (força, potência, resistência muscular, resistência cardiopulmonar) • Tolerância diminuída e aumento das necessidades de recuperação • Queda da coordenação motora • Aumento de falhas na técnica dos movimentos

FISIOLÓGICOS • Alterações na frequência cardíaca de repouso, pressão arterial e padrões de respiração • Diminuição da gordura corporal e de peso corporal pós-exercício • Aumento do VO2, VE e FC durante o trabalho submáximo • Diminuição da resposta do lactato • O aumento da taxa metabólica basal • A fadiga crônica • Distúrbios do sono • Transtornos alimentares • Perturbações menstruais • Dores de cabeça • Desconforto gastrointestinal • Dores musculares • Dores articulares

PSICOLÓGICOS • Depressão e apatia • Diminuição da auto-estima • Diminuição da capacidade de concentração • Diminuição da auto-eficácia • Sensível ao stress imunológico • Aumento da ocorrência de doenças • Diminuição da taxa de cura

BIOQUÍMICOS • Disfunção hipotalâmica • O aumento do cortisol sérico e SHBG • Diminuição da testosterona total e livre, a relação testosterona / cortisol • Glicogênio muscular diminuído • Diminuição soro hemoglobina, ferro e ferritina

ALGUMAS SUGESTÕES A QUEM ESTÁ COM OVERTRAINING: • Um ou mais dias de recuperação deve ser adicionado a cada semana de treino. • Programas de treinamento periodizado pode fornecer a variedade de treinamento necessário para evitar overtraining. • Evite treinamento monótono. • Verifique se o volume e intensidade de treinamento são inversamente proporcionais. • Evite demasiada intensidade relativa (% 1RM) por longos períodos. • Evite exageros (número de sessões, exercícios, séries e repetições) para longos períodos. • Evite seleção de exercícios incorretos (uso excessivo de certos músculos ou articulações). • Leve em conta as solicitações de treinamento cumulativos de outras formas de exercício (ou seja, treinamento cardiovascular, treinamentos específicos do esporte, etc.)

Adaptado de Andrew C. Fry, Ph.D., escrito para o Colégio Americano de Medicina do Esporte

Evite o overtraining e em caso de ter sintomas descritos no texto, repense o seu programa de treino.

VLADMIR SANTOS (Personal Trainer, Fisiologista do Exercício) Email: personalemsorocaba@gmail.com.br

Pós-graduações: USP (Treinamento Esportivo), UNIFESP-Escola Paulista de Medicina (Fisiologia do Exercício), Créditos do Mestrado obtidos pela Cardiologia UNIFESP, Experiência profissional University of California Santa Barbara, University of Wisconsin Whitewater, University of Northern Colorado.

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